sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Fogo Antigo


Anda um fogo antigo
Neste mar concreto
Labaredas de água
Quem as vê de perto

Árvores que acendem
Pássaros no vento
Labaredas de água
Quem as vê crescendo

Fogo que mantido
Por mãos Jovens dadas
Não se perde nunca
Nunca mais se apaga

Toda a Noite vela
Nem de dia dorme
Fogo antigo e novo
Mal se vê de enorme


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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Túcume

Quando ouvimos a palavra "pirâmide" o nosso cérebro relembra-nos imagens como: esfinges, deserto, camelos, o Nilo... enfim, todo um conjunto de recordações que estes majestosos monumentos da civilização egípcia antiga evocam.
Há dias vi um documentário que espantou-me porque puxou-me da memória os outros tipos de pirâmides: então os monumentos dos Aztecas e dos Incas? que esquecimento este...! Mas o que me espantou neste documento, foi no facto de que o local onde há maior aglomeração de pirâmides no Mundo não é no Egipto, mas sim no Lambayeque Valley, no Peru, nomeadamente no local com 220 hectares, chamado Túcume, onde estão localizados,nada mais nada menos do que 26 pirâmides!
Túcume é um local histórico, que guarda grandes mistérios e bastantes curiosidades. Por isso, tentámos resumir estes factos no resto do post.
Lambayeque foi uma civilização peruana que tinha uma estranha obsessão em construir pirâmides... construíram 26 gigantescos monumentos até à invasão espanhola. Hoje em dia, as pirâmides estão degradadas pela erosão
(ver fotografia acima), contudo ainda são exploradas por arqueólogos, a fim de desvendar as enumeras questões levantadas por esta obcecação deste povo já extinto.Por exemplo: porquê tantas pirâmides??

As primeiras escavações realizadas permitiram diferenciar as pirâmides de Lambayeq
ue das pirâmides egípcias e dos Aztecas.
As pirâmides egípcias destinam-se para que fossem locais fúnebres dos faraós, onde através de armadilhas e de compartimentos de difícil aces
so protegiam a múmia desses senhores do antigo império egípcio. Quanto à versão azteca, as pirâmides serviam de altar para sacrifícios animal ou mesmo humano.
Relativamente às pirâmides Lambayeque, concluiu-se que eram autênticas cidades, facto comprovado, pelos itens e amostras encontrados nas escavações: ruínas, ossos de animais supostamente para alimentação, artesanato da época e outros artefactos e provas.
Concluiu-se depois que a grandiosidade das p
irâmides também servia para que os Deuses ficam satisfeitos com este povo.
No topo destas construções, residia o sacerdote (que pelo fanatismo deste povo) que era também o soberano da tribo. Quem já viu o Apocalíptico consegue ter uma imagem de quem ou como estes sacerdotes trajavam e ostentavam uma soberania enorme sobre o povo.

Mss mesmo assim não se consegue perceber
porque raio construíram 26 pirâmides....Depois de muita investigação, descobriu-se vestígios de solo queimado no topo das pirâmides, onde as casas eram construídas. Mais investigações foram realizadas e descobriu-se a causa desta estranha descoberta... a culpada é a religião deste povo. A ideia era simples, os Lambayeques construíam uma pirâmide e viviam no topo dela. Faziam todas as adorações aos deuses....e se acontecesse uma catástrofe (i. e. uma tempestade), eles assumiam que os Deuses estavam zangados com eles e com a pirâmide... então qual foi a brilhante conclusão???? Toca a queimar a vila e erguer outra pirâmide!! (simples, né?) Realmente há certas crenças que leva à falta de censo humano.... Ora esta acção fundamentalista levou este povo construísse 26 pirâmides em poucas centenas de anos.

De facto, este fundamentalismo foi a grande causadora da extinção deste povo. Ora passo a explicar... esqueletos decapitados começaram a ser descobertos. Eram corpos de homens, de mulheres e de crianças (pelo menos tiver
am a decência de enterrarem os corpos com as cabeças mais ou menos colocadas no sítio...) Ossadas enterradas no tempo da invasão espanhola . Podíamos pensar que forem vítimas do colonialismo espanhol numa versão selvagem, contudo, investigações forenses concluíram que estes corpos foram sacrificados, ou por outras palavras, foram vítimas de homicídio com o pretexto de satisfazer os "deuses".

Imagem de uma sepultura


O porquê do sacrifício humano? Porquê matar filhos e filhas do próprio povo ? Ok...Preparem-se para a incrível descoberta... A invasão espanhola ainda era notícia naquele vale quando começaram os sacrifícios normais...uma galinha ou outra ia à vida...degolava-se um animal para depois ver se os Deuses expulsavam esses seres estranhos montados em monstros also know as Conquistadores e monstros são os cavalos, animal que nunca tinham visto. Como continuaram a ter notícias dos Conquistadores... pensaram "Alto lá.!...Isto não está a dar resultado, vamos sacrificar homens e mulheres do nosso povo!", ora como é evidente, o resultado foi o mesmo - insatisfação dos deuses - então sacrificavam cada vez mais humanos, suspeita-se que até entraram num êxtase de matança.

Agora a parte mais macabra... os sacrificados eram drogados com uma planta, que deixavam-nos conscientes mas com o corpo completamente p
aralisado...em seguida a vitima era colocada de joelhos com a cabeça flectida para a frente, e assim ficava durante toda a "cerimónia", perfeitamente conscientes do que iria acontecer sem nada poderem fazer.
O sacerdote completamente trajado e armado com um punhal idêntico a esta, e supostamente possuído pelos deuses, dá um simples golpe no pescoço da vítima, separando a cabeça do resto do corpo. Nos esqueletos das várias vítimas, na zona da capitação, nota-se que o corte é feito com um único golpe (só para terem a noção da capacidade letal que estes punhais tinham).
Toda esta matança infernal continuou de tal forma que os espanhóis ao chegarem à região dos
Lambayeque, tiveram uma fraquissima oposição, porque afinal foi um povo que simplesmente matou-se aos poucos através de rituais "religiosos" extraordinariamente macabros, guiados por uma crença religiosa com muito pouco bom censo.

Falta dizer que este post não quer dar a entender que as crenças religiosas não sejam importantes para a sociedade, o que é relevante neste artigo (para além da curiosidade histórica) é o exemplo de um fundamentalismo bizarro que não olhou a meios de matar seres humanos, tudo em nome de dar prazer
aos Deuses. Sabemos que as civilizações antigas tinham uma "peculiar" interpretação religiosa, mas na verdade o fundamentalismo ainda existe... só esperemos que não destrua mais povos.


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Palinologia

Duvido que haja alguém que não goste de ver a série televisiva CSI. Ficamos sempre empolgados pela intriga, pelo crime e pela dúvida de quem será o culpado! Mas, o que mais fascina nesta série, não é a rapidez da resolução do crime (Pessoal, é um filme!) mas sim pela possibilidade de perceber qual o papel da ciência, no mundo do crime (sim porque infelizmente a ciência está presente nos dois lados da lei...)
Evidentemente que os investigadores forenses são cientistas de uma determinada área. Temos médicos, temos antropólogos,temos químicos, engenheiros de som, etc etc etc .. Mas, o cientista, culpado do crime da existência deste post é o palinologista...(malandro!) Palinologista é o "estudioso do polen", ou seja especialista em Palinologia, que pelo descobrimos é bastante utilizado na resolução dos crimes mais difíceis de serem resolvidos.

O pólen, à parte da sua definição biológica (que para agora não interessa falar) são grãos microscópicos que podem atingir o pequeno tamanho de 6 μm (0,006 mm) Estão sempre invisivelmente a pairar pelo ar, a "melgar" as pessoas que têm febre do feno, ou como quem diz... Alergia ao pólen. São grãos com uma capacidade de aderência extraordinária, agarram-se a tudo a que tenham contacto.

E como esta ciência ajuda na investigação forense? Devido às características do pólen (tamanho e aderência) estes grãos podem ser encontrados no cabelo, nas cavidades nasais e no vestuário. neste aspecto, é importante realçar que o pólen não "descola", mesmo com lavagens.
Vamos a um exemplo prático... Imaginemos um homicídio. O processo mais básico é, no local do crime recolher amostras das plantas e mesmo do solo. Amostras essas que serão comparadas com amostras recolhidas junto do suspeito. Se essas amostras forem semelhantes, então assumem como prova incriminatória bastante forte.
Podemos pôr outro exemplo...Uma arma do crime que não tenha impressões digitais... poderá ter amostras de pólen... o que pelo menos pode informar o local por onde essa arma andou... Enfim há uma enormidade de situações que esta ciência intervém neste mundo criminal.


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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O Menino da Lua e o Pastor de Estrelas


- Mãe, olha a lua tão bonita! Posso ir lá ter?
- Não, meu querido. Só quem tem muito dinheiro. - respondia logo minha mãe
- Oh Mãe! Olha que lindo poema eu fiz para a lua!
- Estuda. Não faças essas parvoíces! - já era a resposta de minha mãe nos meus tempos de primária.
- Mãe! Vê a nota que a "stôra" de português me deu pela composição sobre a lua!
- Devias estar a estudar matemática. Não sejas cabeça-na-lua, cai na realidade. Estuda! - desesperava já minha mãe, vendo-me a escrever poemas e contos em vez de equações e gráficos, já no secundário.

Mas não conseguia evitar. Letras, palavras, frases, parágrafos, textos...uma pequena ribeira, depois um rio, a seguir um mar e por fim um oceano. Um oceano de mundos , cores, lugares, pessoas...um oceano de sonhos. Gostava de imaginar, de sonhar...E assim fui crescendo.
Nos meus quinze anos encontrei, uma noite, um velho sentado num banco de jardim. Silencioso, olhava as estrelas e mexia os lábios como se lhes falasse. Curioso, aproximei-me dele e, a medo, perguntei:
- Que está a fazer?
- Estou a juntar as estrelas. - calmamente respondeu
- Como é isso possível? - a curiosidade tinha-se apoderado de mim.
- Chamo-as pelo nome - continuou o velho
- Elas conhecem-me, sou o seu pastor.
- Quê?
- Sou pastor de estrelas. - afirmou o velho
Parte de mim dizia-me que ele era um louco e que me devia afastar. Já a outra parte, (quase de certeza a de menino sonhador) lá no fundo, acreditava nele e queria continuar a conversa. A segunda ganhou.
- Mas essa profissão não existe. E as estrelas não são como ovelhas... - disse eu, ainda mais curioso
- São-o no teu mundo mais precioso se assim o quiseres. - sossegava-me o velho - Basta quereres.
- Mas que mundo?
- O da tua imaginação, o dos teus sonhos.
- Mas é um mundo irreal, não existe. Minha mãe diz-me que devo ter sempre os pés bem assentes na terra e não andar a imaginar coisas. - disse, muito desconsolado pois era precisamente o que eu não queria admitir. Gostava do mundo dos sonhos. Gostava muito de sonhar, ainda que tudo o que sonhava não fosse verdade.
- Sabes, fui guarda nocturno por muitos anos. É dura a realidade de estar sozinho durante longas horas, a meio da noite. Foi aí que saí do duro e frio mundo da realidade para partir á descoberta do doce mundo da imaginação. E foi aí que achei a minha segunda profissão, a de pastor de estrelas. - contou-me o velho que , vislumbrando o céu, murmurou mais algumas palavras.
- Mas ninguém, nas pessoas que conheço, quer admitir esse mundo , só eu! - ripostei
- Nesse caso sonha para ti. Escrever ajuda um pouco a deixares a tua imaginação voar. Mas sobretudo sonha. - disse-me o velho - Não deixes de sonhar!
Já interessado ganhei confiança e perguntei-lhe:
- Há alguém a vigiar a lua?
- Olha que não. Gostarias de o fazer? - respondeu-me
- Pois sim. Ela sempre me fascinou! Parece uma bolacha a flutuar no meio do céu. É mágica, penso eu.
- Então, todas as noites, da janela do teu quarto, olha para a lua e fala com ela. Precisa de companhia....

E assim passei a menino da lua. Sem falta, todas as noites, olhava para a lua e falava-lhe. Contava-lhe histórias que ia inventando, recitava-lhe poesia, fazia-lhe confidências...a lua era a minha amiga. Não sei bem como, gradualmente as contas de matemática e outras ciências desapareceram do meu mundo. Restaram as disciplinas dos sonhos como o Português. Dediquei à lua poemas, textos banais que escrevia ou histórias saídas da minha imaginação fértil alimentada constantemente pelas mais diversas situações. Tudo me inspirava e inspira. O meu mundo expandiu-se, agora grita fortemente pelo direito à afirmação de um mundo que é das crianças por excelência. O mundo dos sonhos e da imaginação. Aquele mundo em que não se sabe distinguir entre o que é real e o que é fantasia pois a linha que separa os dois reinos é ténue, fraca. Não sinto vergonha alguma de viver neste mundo. Afinal, que mal tem ser sonhador? Sentado nesta secretária, olho as pilhas de escritos meus. Abro a janela e miro a minha lua, é de noite. Sou um fazedor de sonhos, sou o menino da lua e sobretudo sou....escritor.


(Para todos os sonhadores, como eu, baguera a pantera =) )



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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A Evolução de Darwin


Charles Darwin foi um homem visionário que na sua época, levantou tantas questões na forma como era entendida a Natureza e, graças à publicação da sua obra "A Origem das Espécies", criou terramotos em convicções estabelecidas acerca da vida.
Passados 150 anos ainda se sente algumas réplicas deste "abalo Darwiniano". Abalo esse que representa (talvez...) o maior marco científico em toda a história da Humanidade.

Por todos estes factos, a Ciência Mundial celebra
os 200 anos do nascimento e os 150 anos da publicação da "Origens das Espécies", e claro... A partir do dia 12 de Fevereiro, a Fundação Calouste Gulbenkian vai ser o representante desta festa em Portugal, abrindo as suas portas ao público,oferecendo um conjunto de conferências dadas por um conjunto dos melhores oradores mundiais e especialistas deste tema da Evolução de Darwin.

Ontem, fomos assistir à última conferência de um ciclo chamado "No caminho da Evolução" que nos prepara para esta época comemorativa. A conferência intitulava-se "Como nos tornámos humanos?" da autoria da Eugénia Cunha. Adorámos a palestra!! Foi interessante e cativante (apesar do nosso e idoso vizinho do lado ter adormecido...Ainda bem que não ressonou!!)
Mas quanto a esta palestra, falaremos mais tarde num outro post...Entretanto estamos mesmo entusiasmados e ansiosos que comece esta festa científica.




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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O ínicio dos tempos...


Da poeira cibernética nasce mais um blog :)

Alegrem-se folhas de todos os tipos: de papel, cartão, das plantas, verdes, amarelas, laranjas.....este é vosso .


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